A evolução da logística aponta novos rumos para técnicas e estratégias de gestão. Entre essas técnicas, está o vision picking. A tecnologia tende a favorecer os processos logísticos e otimizar os resultados. Por isso, convém ao gestor logístico conhecer e investir nas melhores ferramentas disponíveis no mercado a fim de desenvolver seu negócio.
Você sabe como o vision picking está mudando o futuro da logística? Leia o post e descubra de que forma essa inovação poderá aprimorar os resultados dos processos nesse campo.
O que é vision picking?
Vision picking é uma tecnologia de realidade virtual desenvolvida pela empresa de softwares alemã Ubimax e pela empresa japonesa Ricoh. A realidade virtual, que já é muito comum no universo do entretenimento e lazer, também pode ser aplicada para gerenciar processos mais complexos, como os de logística.
A DHL, uma empresa logística alemã de porte muito grande, foi a primeira a realizar testes com a ferramenta. A empresa usou as lentes de realidade ampliada para gerir operações de inbound no interior dos armazéns.
Qual foi o primeiro teste do vision picking?
O primeiro teste do projeto foi feito pela DHL em um de seus armazéns, localizado na cidade de Bergen op Zoom, na Holanda. A tecnologia vision picking foi utilizada durante a retirada de materiais em atividades que envolviam a armazenagem.
Durante um período de 3 semanas, a DHL fez uso de lentes oculares inteligentes conhecidas como Google Glass. Esse dispositivo realiza a leitura do código de barras de um carrinho-prateleira e mostra as informações de cada atividade enquanto os materiais são retirados (corredor de armazém, localização da mercadoria no ambiente, quantidade de itens desejada e outras).
O funcionário acessava a informação visual de sua localização por meio daquelas lentes, agilizando, assim, a operação de direcionamento dentro do armazém.
Chegando próximo à prateleira indicada, o funcionário lia o código de barras de cada embalagem recolhida e recebia a informação de onde ela deveria ser separada no carrinho-prateleira.
O projeto-piloto envolveu 10 trabalhadores que utilizaram os novos equipamentos. Mais de 20 mil produtos foram movimentados, e 9 mil pedidos foram efetivados dentro do período de teste, que foi de 3 semanas. Esses resultados revelaram um aumento de 25% na eficiência das operações de movimentação das mercadorias. A velocidade aumentou enquanto o índice de falhas caiu consideravelmente.
Quais as vantagens e as desvantagens do vision picking?
Os óculos inteligentes servem para substituir equipamentos que são utilizados somente de forma manual. O vision picking também substitui os documentos impressos durante o deslocamento de produtos no interior do armazém.
Alto controle de visualização para as tarefas
A tecnologia permite, portanto, o controle de visão nas tarefas do armazém. Quanto mais precisão na visualização e identificação dos produtos, mais chances de acertos, ou seja, outra vantagem que o vision picking oferece é a redução da possibilidade de erros.
Redução da possibilidade de erros
Um teste no armazém da DHL, empresa alemã de logística internacional e correio expresso, revelou que erros podem ser reduzidos em um percentual de até 40% com o novo equipamento. Menos erros representam, por sua vez, maior vantagem financeira, maior competitividade e maior produtividade.
Indicação de como aprimorar suas operações
O relatório da DHL ainda ilustra de que maneira certas operações poderiam ser aprimoradas, como transporte, entrega da última milha e serviços que agregam valor.
Otimizando a visão, o equipamento ainda contribui para aumentar a eficiência dos processos, agilizando as tarefas e obtendo melhores resultados. Como muitas operações deixam de ser realizadas manualmente, as mãos acabam dispondo de mais tempo livre para outras tarefas. Essa maior disponibilidade ajuda, inclusive, a evitar acidentes enquanto o motorista guia algum veículo dentro do armazém.
Maior integração entre sistema e equipe
Há um ciclo constante de informações para o funcionário que utiliza o vision picking. Existe um sistema de varredura que permite identificar o produto no ponto de seleção. À medida que o funcionário observa o espaço, o equipamento vai identificando os códigos aplicados, tanto nos produtos quanto nas prateleiras. São os óculos que selecionam os itens e geram gráficos, mostrando ao funcionário o que deve ser coletado e o local aonde ele deve ir depois.
Pode ser apontada, nesse sentido, como outra vantagem do vision picking, a integração constante entre o sistema operacional e o funcionário.
Além de projetar as imagens para os trabalhadores, o hardware do equipamento também permite capturar fotografias, o que pode ser útil na hora de enviar mensagens visuais de volta a outros funcionários com efeito imediato. É possível avisar os membros de uma equipe sobre uma determinada situação, bem como entregar imagens para otimizar os relatórios.
Boa adaptação das lentes e peças
Quanto às lentes aplicadas, são muito usadas as do modelo Vuzix M100, que recebe elevada classificação dos profissionais devido ao fato de ser adaptado especificamente para a indústria. O modelo também oferece baterias maiores, com maior durabilidade, e as lentes podem ser fixadas em um par de óculos de segurança preexistente.
Além disso, o vision picking fornece novas possibilidades em outras áreas, além de transporte e distribuição. É uma tecnologia aberta a novos parceiros que promete um futuro melhor para a gestão logística.
Dificuldade atual para a aquisição dessa tecnologia
Como desvantagem, pode-se citar a limitação da tecnologia, que ainda não está tão disseminada pelo mundo, o que certamente aumenta o custo de aquisição. No Brasil, por exemplo, o vision picking é uma tecnologia que ainda não existe.
Qual é a relação entre a IoT e a logística?
A Internet das Coisas é uma tendência que se impõe no que se refere aos processos logísticos e à cadeia de suprimentos. Definida como a conexão em rede de objetos físicos que apresentam tecnologia embarcada para manter comunicação e interagir, tanto entre si quanto com o ambiente externo, a IoT já exibe muitos exemplos associados à logística e à cadeia de suprimentos.
Um dos principais exemplos é o vision picking, também chamado de computação vestível (Wearable Devices), que já interage com outra tecnologia famosa, o código de barras.
A utilização de etiquetas RFID (identificação por meio de radiofrequência) também é um exemplo de Internet das Coisas aplicada à logística.
Para ações de marketing e relacionamento, com o consumidor dentro das lojas, existem os beacons, que são sensores com tecnologia sem fio bluetooth de baixa energia. Esses sensores podem iniciar ações de marketing no momento em que os consumidores e seus aparelhos mobile (smartphones e tablets) se encontrarem na faixa de leitura.
O que você pensa sobre vision picking? Quer ter mais informações sobre tecnologia no varejo? Pode ser muito interessante entender quais são os benefícios da revolução digital na cadeia de suprimentos. Confira!
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